Há alguns dias abordaram-me na rua com o propósito de me entregar um folheto informativo sobre a violência doméstica, folheto este que destacava a violência em namoros entre jovens. Este folheto apresentava vários dados e esclarecia substancialmente certos mitos em relação ao namoro, foi ao ler esta última categoria que me perguntei, o que raio é que se passa aqui? Não percebo como vivemos nesta sociedade tão aberta à divulgação e à informação e a maioria dos jovens pensam que tem de se submeter para que a sua relação continue, ou que um empurrão não faz mal ou ainda que mais vale terem uma relação em que são vitimas do que estarem sozinhos. Um em que cada quatro jovens em Portugal já foi vítima de violência no namoro.
Sinceramente não entendo. Talvez analisando a nossa sociedade, reflectindo sobres estes dados e as informações do panfleto pode ser que perceba o porquê de existir esta realidade. Os jovens estão cada vez mais a criar uma vida de desperdício para si próprios onde o abuso de drogas, álcool e sexo prematuro, descontrolado e desprotegido em conjunto com uma mente de criança, pois são isso que pessoas com 13 ou 15 anos são, resulta numa mistura explosiva que tem como consequências mais comportamentos de risco e atitudes loucas formando um ciclo vicioso. Mas estes comportamentos não aparecem como por magia na cabeça destes jovens, acuso a sociedade de tal feito.
Acuso os pais negligentes, aqueles que se esquecem de se preocupar com a vida dos filhos, com aquilo que eles fazem, com aquilo que eles vêm como certo, acuso a cada vez maior promoção de atitudes irracionais e estúpidas como é um exemplo bem claro a série juvenil morangos com açúcar onde anos após anos fomenta violência, abusos de substâncias e relações sexuais entre pessoas que mal se acabam de conhecer… Acuso o que quer que seja que transforme crianças em animas loucos e irresponsáveis que tentam ou que são forçados a ter atitudes adultas, que acabam sempre por ter um resultado negativo.
Acusações à parte, gostava de relembrar o propósito de ter abordado a violência doméstica entre jovens neste texto, este é um assunto deveras importante é um dos maiores problemas das sociedades actuais e é necessário que todos reflictam, é necessário que exista uma consciência.
Melinda
As reticências no título sugerem indiferença e caso perdido, como se esses "jovens" não merecessem o respeito que, a bem ou a mal, ainda vão tendo em algum lado. Não sei se o intuito foi esse, mas se foi eu até entendo. Não há uma sociedade que não deposite nos jovens a esperança de um futuro condigno e melhor para a nação: terão de lutar para progredir e, tão importante quanto isto, para não regredir em aspecto nenhum. Na minha opinião, a nossa sociedade nem respeita muito os jovens nem estes fazem um esforço para alterar a situação. Não respeita os jovens porquê? Por um lado, porque lhes faculta suportes que eram perfeitamente dispensáveis, como essa série juvenil arrepiante. Por outro lado, alguns cidadãos mais velhos consideram, não por alguma razao em particular, que todos os jovens são um falhanço público: lembro várias vezes que idosos me abordaram na rua por pensarem que eu era um vândalo.
ResponderEliminarEntendo completamente essa interpretação das reticências e concordo com a questão do desrespeito que existe por parte da sociedade em relação aos jovens, como no meu ver também por parte dos jovens em relação à sociedade. Porém o meu intuito com as reticências no título era dar a entender que o assunto "jovens" não pode acbar aqui, ainda há muito mais para falar, discutir, reflectir, mudar. Este título teve uma intenção de levar os leitores e os restantes escritores deste blogue a se debruçarem sobre este assunto. Que mostrassem o seu ponto de vista e que trouxessem mais temáticas relacionadas com os jovens que pudessemos reflectir.
ResponderEliminarNestes conturbados tempos, os grandes narizes deturpam os sentidos. Ocultam os problemas que estão perto, só deixando ver o que está longe. E nem o olfacto é o mesmo, pois não sentem a putrefacção que os rodeia!
ResponderEliminarSó verem o seu próprio nariz é o problema, culpemos a anatomia...
A violência doméstica é degradante e desprezível.
ResponderEliminarA culpa nunca se sabe bem de quem é. Até os videojogos se culpa às vezes... quando todos sabemos que foi nas épocas mais conservadoras e distantes em tempo que esta proliferou...e não havia videojogos. A família, os valores, a sociedade (coisa tão abstracta!)...não sei bem. Mas a violência doméstica é reprovável.
p.s. senhor Virgílio Corvo, espero que não tenha problemas com narizes grandes, no sentido literal da palavra XD